Este livro, organizado por Gunthard Weber e Hunther Beaumont, foi o primeiro best-seller de Bert Hellinger. É uma obra fundamental para quem deseja compreender o sistema familiar e os relacionamentos a partir da constelação familiar, em especial, os relacionamentos amorosos.
O subtítulo do livro é “por que o amor faz os relacionamentos darem certo”. Hellinger havia entendido como funciona a nossa consciência e estava desenvolvendo os conceitos de ordens do amor. Gunthard Weber diz, no prefácio, que o livro: “surge da tentativa de integrar as ideias de Hellinger sobre relações familiares e psicoterapia sistêmica, havendo também a intenção de dar uma visão geral de sua obra.” O livro oferece uma visão ampla do conhecimento desenvolvido por Hellinger até o ano de 1998 – quando praticava as chamadas Primeiras constelações familiares ou Constelações familiares tradicionais.
Na introdução do livro, Hunter Beaumont explica que “O instrumento que Bert Hellinger utiliza para tornar visível a dinâmica normalmente oculta dos sistemas de relacionamento é a constelação familiar”. Nesse livro, juntamente com muitos exemplos de constelações, há explicações sobre a consciência moral; o relacionamento entre homem e mulher e entre pais e filhos; a consciência do grupo familiar, ou seja, o sistema familiar; além de explicar as ordens da hierarquia e do equilíbrio. Nesse momento, Hellinger estava ainda desenvolvendo sua compreensão sobre a ordem do pertencimento.
Hellinger observou nas constelações algo que ele chamou de amor maior, ou seja, um amor inclusivo que se estende para além dos sistemas e grupos restritos e promove o reordenamento e a pacificação nos sistemas familiares e nos grupos. Ele também apresenta muitas explicações sobre suas intervenções terapêuticas e o que promove os bons resultados.
Em resposta à pergunta de um participante, Hellinger explica como desenvolvia seu trabalho e como percebia o amor que equilibra os relacionamentos nos sistemas familiares:
“Pergunta: Às vezes, quando você deslocava as pessoas por pouco que fosse, eu sentia uma nítida mudança no meu corpo. No fim, sobrevinha uma sensação física de descontração completa, do tipo ‘agora tudo está certo’. Eu poderia falar a respeito dessa sensação de ajustamento e descontração?
Hellinger: Quando todos se descontraem numa constelação, concluo que o sistema está se aproximando do equilíbrio e que cada qual encontrou seu lugar e função apropriada. Dou o nome de ‘Simetria Oculta do Amor’ às leis sistêmicas que operam nessas constelações e geram a sensação física de ajustamento e descontração.
A Simetria Oculta do Amor é o que enseja a sensação física de ‘ajustamento’ que você mencionou. Ela promove a cura e a comunicação na família. O objetivo deste seminário cifra-se no aprendizado de como ajudar as famílias a encontrar essa simetria. Todos podem perceber com que facilidade e profundidade o amor flui num sistema ordenado. Até os representantes se comovem com o que sentem. A sensação física de que ‘tudo está certo’ é o que torna a presente abordagem fenomenológica e não apenas mais uma teoria sobre o funcionamento familiar.” Bert Hellinger, A simetria oculta do amor. Cultrix, 2014, p. 120.
Nesse livro, muitas dinâmicas sistêmicas recorrentes nas famílias são descritas e explicadas, pois trata-se do período em que Hellinger estava desvendando as ordens do amor, que permitem compreender essas dinâmicas.