Em menos de 50 páginas, Hellinger abre a trilogia “Ordens do Sucesso” nos mostrando que não podemos separar o sucesso no âmbito profissional do sucesso no âmbito pessoal – família, amor, relacionamentos – pois ambos seguem as mesmas ordens do amor.
Ao longo de vários subtítulos encadeando diferentes temas, Hellinger ensina a postura interna que leva nossos relacionamentos e nossa vida a ter êxito e descreve as ordens básicas do sucesso.
Apresenta diversos casos em que podemos ter sucesso – ou não – na vida, desde o nascimento, que pode ser por parto natural ou cesárea. Um exemplo muito importante é quando somos bebês e, por algum motivo, não foi possível a aproximação física da mãe, podendo ter havido assim o que Hellinger chamou de movimento interrompido. “Um movimento interrompido precocemente em direção à mãe se comprova, mais tarde, ser um obstáculo decisivo para o sucesso em nosso trabalho, em nossa profissão e na nossa empresa.” Bert Hellinger, Êxito na vida, êxito na profissão. Atman, 2011, p. 8.
Cada um precisa ter seu lugar, no fundo é questão de vida ou morte. Hellinger, no entanto, não apresenta uma visão competitiva, e sim colaborativa das relações humanas. Num relacionamento, cada um respeita o lugar do outro e ao mesmo tempo, amplia seu lugar através do lugar conjunto. Entretanto, quando se trata das relações humanas, o sucesso significa ampliar nossos limites em conjunto com outros.
Isso implica uma recolocação do nosso ponto de vista sobre as empresas: “a quem elas servem em primeiro lugar? Encontram uma necessidade e a aliviam através de seu serviço, seu produto e seu progresso? Servem em primeiro lugar à vida e à base vivencial de muitos? Ou a reduzem através de seu produto, por exemplo, através de um produto perigoso e prejudicial à saúde e pelo modo com que fazem a sua publicidade?” Bert Hellinger, Êxito na vida, êxito na profissão. Atman, 2011, p. 11.
Neste livro reflexivo e inspirador, Hellinger aborda uma ampla gama de temas relacionados com o fracasso e o sucesso. Trata do respeito às ordens, equilibrando o dar e o receber e encontrando seu lugar na vida e na empresa. Reflete sobre nossos erros, sobre diferentes tipos de perdas e sobre atuar de forma útil para a vida. Faz observações sobre dinâmicas sistêmicas que se repetem muitas vezes nas empresas familiares: empresa da família da esposa, do esposo, quando uma empresa é herdada, ou foi fundada pelo casal. Apresenta diversas manifestações da nossa consciência, quando excluímos, mantemos uma visão estreita e nos mantemos emaranhados na vida pessoal e, por consequência, permanecemos limitados na capacidade de organização e expansão empresarial.
Em resumo, orienta como ultrapassar as limitações da consciência e como nos abrir para um sentido maior para o que fazemos, abertos para o agora, para o inesperado. Abertos para deixar irem velhos projetos e respeitar o tempo, compartilhando nossa plenitude e nosso sucesso com todos.