Neste livro Bert Hellinger registrou profundas reflexões em pouco mais de cem páginas. É um livro perpassado por perguntas e construção de respostas. Se assemelha a um extenso ensaio filosófico, com algumas passagens lindas e inspiradoras. (Tenho a versão em espanhol, não achei em português, não sei se foi traduzido para o português).
Hellinger compartilha seus próprios questionamentos, no seu caminho de constante busca e aperfeiçoamento. Ainda que muitas perguntas não sejam respondidas, o livro nos desloca de nossas cômodas certezas.
Impossível fazer uma síntese, mas o que perpassa a obra é a busca por compreender o que é o “espírito” – não no sentido de espírito ou alma individual, mas no sentido de uma inteligência, ou uma força maior, algo que conduz a todos nós. Nesse período realizava as constelações do espírito, como costumava chamar, quando passou a se harmonizar com tudo e com todos e, num estado de profundo centramento, se deixava guiar totalmente durante as constelações.
O início da Introdução explica o tom do livro:
“O título deste livro talvez possa surpreender, já que muitos associam a palavra místico a imagens que tratam o místico como religioso, mesmo quando não vinculado a uma religião específica. Isso já indica que a experiência mística é humanamente comum, algo comum a todo ser humano. É acessível e possível da mesma forma para todos os seres humanos.
Onde quer que encontremos experiências místicas, todas elas nos mostram algo em comum: a experiência mística nos leva a “ser um” com uma força superior a nós mesmos.” Bert Hellinger, Mística cotidiana. Editorial Alma Lepik, 2008, p. 6. (Tradução própria).
Nesse período, Hellinger entendia aquilo que chamava de “espírito” como algo externo a nós, mas também percebeu que só estamos plenos e completos quando nos entregamos a esse âmbito maior, que guia a todos. Na leitura desse livro, podemos acompanhar Hellinger nos caminhos de suas buscas e imergir com ele em temas profundos.
Os questionamentos e reflexões que norteiam o livro são capazes de ampliar nossa visão sobre a vida e recolocar as questões essenciais relativas ao âmbito espiritual da existência humana.