Ordens da ajuda – Bert Hellinger – Lançado em 2003

O livro é baseado em cursos de treinamento para profissionais que ajudam outros, por exemplo, profissionais da saúde, terapeutas, professores, consultores. Também é importante para os pais. Neste livro são apresentadas as cinco “ordens da ajuda” e são descritas muitas constelações e terapias breves.

Terapias breves são representações em que apenas se olha para o essencial, com uns dois ou três representantes apenas. Hellinger desenvolveu essa técnica abreviada de constelação depois de muitos anos de prática e de desenvolvimento da sua percepção sistêmica.

Hellinger esclarece que os seres humanos dependem da ajuda uns dos outros. Todos precisamos tomar, ou seja, aceitar receber dos outros. Isso pode ocorrer entre pessoas equiparadas ou, quando existe um desnível, entre pais e filhos ou entre superiores e necessitados – como um rio que leva adiante. Essa ajuda pressupõe que o ajudador tenha aceitado receber, e que os ajudados necessitem e desejem o que podemos e queremos oferecer. 

Logo na Introdução, explica as cinco ordens da ajuda. Seguem enumeradas de maneira muito resumida:

Primeira: dar o que se tem e tomar o que se necessita. A ajuda tem limites, é humilde.

Segunda: a ajuda está a serviço da sobrevivência, bem como da evolução e crescimento. Pressupõe nos submetermos às circunstâncias e somente interferir à medida que elas o permitirem. 

Terceira: que o ajudante se coloque como adulto perante um adulto que procura ajuda. Não infantilizar quem pede ajuda pode aparentar uma atitude dura, mas assim se evita a transferência e contratransferência e deixa-se com a pessoa a responsabilidade e as consequências de suas escolhas.

Quarta: a empatia do ajudante deve ser mais sistêmica do que pessoal. Muitas vezes a chave para a solução está com pessoas excluídas do sistema.

Quinta: amar a cada um como é. O ajudante põe-se a serviço da reconciliação e antecipa na própria alma o que o cliente ainda precisa realizar.

Hellinger também explica no início do livro as várias formas de conhecimento, deixando o leitor perceber que a observação – que leva à ciência exata e à técnica moderna – é apenas uma das formas de conhecimento. Explica ainda: percepção, compreensão, intuição e sintonia.

Após, iniciam-se os cursos de treinamento, com casos de constelações mostrando como ajudar efetivamente. Há valiosas explicações sobre várias constelações realizadas.

Nesse livro, Hellinger explicou os riscos da relação terapêutica. Afirma que nas constelações não ocorre a relação terapêutica e, justamente por não existir transferência nem contratransferência, não há nenhuma tomada de responsabilidade pelo outro, cada um é levado a assumir seu lugar de adulto e permanece livre.

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